As recordações das minhas férias escolares na casa da minha avó Duvina e do meu avô João na roça ainda permanecem vivas e as lembranças são tão nítidas que consigo descrever cada detalhe existente na humilde casinha de pau a pique coberta com sapé e que ficava localizada no fundo da chácara.
Sempre que chegávamos à casa da minha
avó a alegria em reencontrar pessoas tão amáveis faziam que fraternos abraços
misturados com latidos de cachorros e o abrir da porteira faziam nossos
corações dispararem entre choros de alegria.
Assim que entrávamos na casa íamos
direto para a cozinha e lá estava o imponente fogão à lenha construído pelo meu
avô João. Algumas linguiças e pedaços de toucinhos eram colocados sobre um
pequeno varal feito de cipó e ficavam lá vários dias para serem defumados e
servirem para temperos ou serem fritos.
Ao anoitecer os lampiões eram acesos e
após o jantar ser preparado com todo carinho pela minha avó Duvina escutávamos
ao longe o coachar de sapos e barulhos estranhos vindo da Mata o que enchiam
nossos corações de medo e aflição.
Grandes e arrepiantes histórias de
assombrações sempre aconteciam em volta do fogão à lenha contadas pelo meu avó
João e às vezes meu tio Luis dava sua participação entrelaçadas de onomatopeias
o que aterrorizava mais ainda era o grande e assombroso riso no final da
história que fazia a gente até encolher de tanto medo.
Alguns estalos da madeira e o tição era
retirado para acender o cigarro de palha que meu avô “pitava” e nossas atenções
sempre de ouvidos nas histórias e de olho no maravilhoso fogo multicolorido
produzido pelo mexer nas madeiras e aquilo era um verdadeiro encanto tão
diferente de tudo aquilo que estávamos acostumados a viver.
Eu adorava quando minha avó colocava
uma enorme chaleira com água numa boca do fogão à lenha e dizia que iria
preparar um cafezinho que seria servido com uma deliciosa farofa.
Quantas histórias escutamos ao redor do
fogão à lenha! Quantos sorrisos foram ecoados pela humilde casa dos meus avós e
as lembranças que nunca irão apagar-se, assim como nunca vi o fogão à lenha
apagado. Belas recordações! Fogão à lenha.
Um comentário:
recordar é viver!
Eu amo recordar esses momentos que estavam bem la no fundinho de meu cerebro e so vc pra desempoeirar e fazer vir à tona. obrigadoooooooo.bjs,
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