31 de dez. de 2012

SÃO SILVESTRE



       E hoje dia 31 de dezembro de 2012 eu estava assistindo a corrida de São Silvestre pela TV Globo de São Paulo às 9 horas da manhã sozinho na sala e deu uma saudade tão grande da época que assistíamos esta corrida às 23 horas e era apenas transmitida pela TV Gazeta, pois naquela época não interessava a TV Globo transmitir esta corrida e assim conseguíamos reunir todas as pessoas da nossa família em frente da nossa querida TV Videobel Preto e Branco no querido bairro da Cidade A.E. Carvalho em São Paulo e todos sentados no sofá torcíamos para os brasileiros chegarem na frente e quantas emoções entre um “sai da frente” e o ano vindouro aproximando-se e ao lado da árvore de Natal repousava um pequeno presente que assim que terminasse a  corrida cairia nos braços de um querido amigo secreto.Feliz Ano Novo!
      Os primeiros fogos começavam a estourar no horizonte e imediatamente a garrafa de champanhe era delicadamente colocada sobre a mesa ao lado de um delicioso cuscuz preparado por mamãe Thereza com grande esmero.
       A alegria bailando com sorrisos nervosos encostavam-se à imensa mesa e mamãe reunia todos para orar e pedir proteção para todos no ano vindouro.
      A imagem da TV com os últimos colocados ainda chegando à querida Avenida Paulista ficava sem ninguém a vê-la, a sala vazia e o grande quintal repleto de pessoas felizes sorrindo brindavam o próspero ano novo ao lado de um poço e um grande pé de sabugueiro que encantava tanto nossas vidas. O som da radiola era aumentado e os abraços e alguns olhos lacrimejando festejavam o ano Novo sob vários fogos de artifício. Feliz Ano Novo!

O ZÍPER



      Dos poucos e raros amigos que tive ao longo da minha vida ainda guardo nos porões dos meus carcomidos neurônios com muito carinho um amigo chamado Natalino e que chamávamos carinhosamente de Natal.
      Quando nos conhecemos a grande atração e minha felicidade em estar com este amigo era a sua simplicidade e os sublimes neologismos que somente ele era capaz de criar e provocar altos e significantes sorrisos para o mundo, expressões estas que marcaram uma geração e que constantemente usávamos no nosso cotidiano.
      E lá estávamos nós conversando sobre as viagens jamais realizadas e o querido amigo Natal sempre quieto no seu canto prestando atenção a conversa e assim que terminávamos os nossos planos para uma fictícia viagem ele esboçava um sorriso de felicidade e alegria e dizia: Chuí!
      E sempre nós incluíamos o querido amigo Natal nas nossas viagens e foi assim que embarcamos para Santos, eu e o querido amigo Natal, pois resolvi alistar-me na Marinha e lá fomos nós sob um calor muito intenso pegarmos o ônibus para Santos.
      Na minha mochila coloquei um livrinho de palavra cruzada, uma velha bermuda, um chinelo e uma camiseta regata e lá estava o Natal todo feliz dentro de um pesado casaco de lã e foi quando eu disse:
- Mas Natal, nós vamos para a praia e não há necessidade de você levar este pesado casaco de lã! E ele sorrindo dizia: É, mas pode esfriar e aí estou preparado!
      Chegando em Santos, alistei-me na Marinha e seguimos direto para a praia para podermos tomar um banho de mar e assim que chegamos na praia o Natal sentou-se num banco e ficou observando o mar e eu constantemente convidando-o para entrar na água e ele dizia:
- Não posso, pois o zíper da minha calça quebrou e sendo assim tenho que ficar sentado e ainda bem que trouxe este casaco para proteger-me.
      E lá estava eu a entrar e sair do mar e lá estava o Natal sentado no banco suando muito e foi que num determinado momento não suportei ver meu querido amigo sofrer tanto e sentei-me ao seu lado e disse:
- Querido amigo, aqui é a praia e ninguém jamais irá reparar no zíper da sua calça e por falar nisto, tira logo esta calça e entra na água!
      Um pouco contrariado e muito envergonhado o querido amigo Natal entrou no Mar com calça e tudo e lá ficamos morrendo de rir do tal do zíper quebrado e da situação do momento.
      Após tomarmos nosso banho no mar ainda tivemos que ficar alguns minutos sob o sol para a calça do Natal secar e voltarmos para São Paulo muito feliz e rindo muito da situação.O zíper! rsrsrsrs.