
Vivia uma vida de príncipe e estudava numa boa escola do nobre bairro e tinha um vizinho que ficamos muito amigos chamado Cosme.
Cosme era um garoto muito bonzinho, falava muito baixo e sorria alegremente para a vida e constantemente eu o via indo para escola onde eu estudava.
Eu estudava a tarde e sempre mamãe ia levar-me a Escola Primária e sempre Cosme nos acompanhava, pois o mesmo ia sozinho para escola. Entre sorrisos, algum chute em pequenas pedras que estava no nosso caminho estreitou nossos pequenos laços de amizade.
Eu e Cosme estudávamos na mesma escola, na mesma sala de aula do terceiro ano do curso Primário e ficamos muitos amigos. A classe era a mesma, a Professora Judite adorava Cosme, pois ele era um garoto muito inteligente.
Naquela época antes de entrarmos para a classe a gente cantava o Hino Nacional e aguardávamos a professora na fila, era um respeito muito grande com nossos mestres.
Com o passar do tempo e já estando acostumado com o trajeto, mamãe liberou para que eu fosse sozinho para escola e sempre ia junto com o meu amiguinho Cosme. Naquela época nós éramos muito comportados, pois andávamos na beira da pouca movimentada rua, falávamos sobre nossas brincadeiras da nossa escola e jamais parávamos antes de chegar na escola.
Inesperadamente mamãe pediu-me gentilmente que eu fosse sozinho para escola e não tivesse a companhia de ninguém, inicialmente achei estúpido o pedido, mas procurei seguir o conselho de mamãe e refutava a presença do amiguinho Cosme que tanto insistia em ir junto comigo para escola. Dizia que mamãe não queria absolutamente ninguém indo junto comigo para escola e ele sempre me dizia que não haveria problemas em nos encontrarmos após perdermos nossas mães de vista e assim a gente seguia sendo amiguinhos: Após atravessarmos o imenso jardim e sairmos do raio de visão das nossas mães a gente se encontrava e íamos felizes para nossa escola sempre chutando algumas pedras, falando sobre nossa professora, rindo alto e falando baixo, muito baixo para que nossas mães jamais percebessem que a gente se encontrava escondido delas.
Já chegando no final do ano, saia de casa e ficava aguardando o meu amiguinho Cosme e nada dele aparecer, aguardava alguns minutos e seguia muito triste para escola sem a presença do amigo.
Foram vários dias sem a presença de Cosme e num determinado dia enquanto estava aguardando o meu amiguinho Cosme passou um carro da funerária e alguns carros seguindo o mesmo, abaixei a cabeça em sinal de respeito, persignei-me e segui para escola muito triste, com o coração apertado, muito apertado.
Naquele dia senti algo muito estranho, uma tristeza muito profunda no meu coração e ao chegar em casa mamãe comentou que meu amiguinho Cosme tinha morrido e tinha sido enterrado naquela tarde. Desabei a chorar desesperadamente enquanto era contido por mamãe que também me acompanhou nas lágrimas de sentimentos pelo meu amiguinho Cosme.