Apenas um
texto é insuficiente para descrever todo o meu carinho e admiração que nutro
por esta maravilhosa irmã chamada: Suely Regina da Silva.
Nas nossas correspondências em “Inglês”,
havia todo o cuidado em medir cada palavra e todo o esmero com as traduções e
palavras de carinho eram postadas periodicamente e quando eu recebia uma carta
da querida irmã Suely eu ficava muito feliz, foram várias cartas recebidas e
remetidas no idioma Inglês o que resultou em uma troca de selos de primeira qualidade.
Existiu uma época em que eu era um
boêmio e adorava frequentar todos os barzinhos do centro de São Paulo e sempre
contava a ela os personagens que apareciam nos barzinhos, até que chegou um
final de semana e ela pediu se podia acompanhar-me e eu disse:
- Claro
mana, será um enorme prazer ter sua companhia no barzinho que tanto adoro e
frequento!
Chegamos um pouco cedo ao barzinho, lá
pelas nove horas da noite e era muito legal vê-la muito feliz ao lado do seu
marido Nelson e com um a enorme barriga, pois ela estava grávida e lá estava eu
a colocar algumas fichas numa enorme máquina que tocava lindas música de Lupicínio,
Chico Buarque, Caetano Veloso, Elis Regina e outros ícones da nossa MPB.
Entre vários chopinhos e porções de
provolone à milanesa apareceu um “caboclo” com um sax e começou a tocar várias
músicas e eu pedi para ele tocar Sampa de Caetano Veloso e lá ficamos a viajar
no maravilhoso som do artista de rua. Estendeu seu chapéu, arrecadou alguns
trocados, arquivou seu sax e foi tocar em outro barzinho do centro velho de
Sampa.
Em outra ocasião ela pediu para eu
ensiná-la equação do segundo grau e resolvi ensiná-la da maneira tradicional e
resolver através de matriz e quando ela resolveu uma prova através de matriz a
professora ficou estupefata e perguntou a ela quem tinha ensinado a resolver
equação do segundo grau através de matriz e ela orgulhosamente disse: Foi meu
irmão que está fazendo Engenharia em São José dos Campos e orgulhosamente
ganhou a nota máxima.
E quando apareci numa pensão na Vila
Maria Baixa, vindo do interior, sem lenço e sem documento, repentinamente minha
irmã apareceu com vários lençóis, travesseiros, Edredons, depositou no velho
sofá da pensão e disse:
- Isto foi
enviado para você por uma pessoa que te ama muito irmão: A irmã Suely que sou
eu deu um carinhoso abraço na minha pessoa e saiu um pouco triste com minha
situação de pensionista e “andarilho”.
Caminhei lentamente com todo o presente
ganhado depositei na beliche e saí para repensar nas pessoas que realmente
gostam da gente.
Na época em que um primo faleceu no
interior fomos ao velório e a querida irmã Suely rezava muito e tinha
tornado-se uma “beata”, pois cria nas orações e assim que chegamos ao velório
começou a rezar um terço e nunca parava, creio que ficou rezando umas duas
horas até que chegou num determinado momento eu disse:
- Mana, pelo
amor de Deus para de rezar, senão o morto vai levantar do caixão e pedir
humildemente que cesse as orações, pois o mesmo já não aguenta mais! E eu já
sei de cor todas as orações e quer saber de uma coisa: Quando eu falecer,
jamais quero que você vá ao meu velório! Alguns sorrisos e ela pediu
gentilmente para eu calar que ainda faltava rezar mais algumas orações.
Foram tantas as passagens e ainda até
hoje me lembro nas maravilhosas festas de fim de ano em que a gente se reunia na
casa do nosso querido pai José da Silva e nossa querida mãe Thereza Miranda da Silva para
comemorar a chegada do Ano Novo e trocar presentes do Amigo Secreto e os sorrisos
e a Felicidade existia.
Memoráveis e inesquecíveis guloseimas,
dentre todos recordo do tradicional cuz-cuz que nossa mãe preparava com muito
carinho e entre as fitas cassete que gravávamos nossa alegria e aparecia minha
irmã Suely e entregava-me algum presente singelo, como uma caneta, uma agenda e
dizia: Isto é pra você irmão, com todo carinho e saia com os olhos lacrimejados
e ia sentar-se na enorme mesa a espera do tradicional jogo de baralho que durava
a noite toda e eu perdia todo meu dinheiro.
De emoção em emoção fomos vivendo,
vivendo e hoje estamos um pouco distantes apenas pela distância, pois adoro
você minha querida irmã: Feliz Aniversário e que Deus sempre continue iluminando
seu caminho e você possa nos proteger com todo a sua devoção e carisma.
Parabéns querida irmã, nós te amamos!