Existem
pessoas que passam por nossa vida e deixam recordações inefáveis e entre várias
pessoas que passaram por minha vida existiu e ainda existe uma sobrinha chamada Caroline que
carinhosamente chamávamos de Carol e minha admiração por Carol era porque na
época em morávamos na casa da Ester em Guarulhos – São Paulo eu adorava ler e
apresentei a biblioteca do Seródio para minhas sobrinhas Carol, Camila e Kaique
e os livros eram retirados e lidos em voz alta por todos nós.
Existiu uma época que fazíamos grandes
saraus literários recitando Cecília Meireles, Carlos Drummond de Andrade, Pablo
Neruda, Clarice Lispector entre vários poetas e poetisas sob a grande fumaça de
um improvisado churrasco que armávamos na porta do meu “barraco” nos finais de
semana.
As leituras eram interrompidas para
abocanharmos um bom pedaço de carne ou uma ida ao bar do Zé para eu bebericar
uma boa “cachaça” e sempre as meninas pediam para pagar um chocolate ou algum
doce qualquer.
Foram vários momentos que a felicidade estava
presente naquela época e lembro-me que quando eu trabalhava no IBGE eu tinha
que fazer uma pesquisa num bairro muito distante do centro de Guarulhos,
chamado Vila Any e pedi permissão para tia Terezinha para levar a Carol e lá
fomos nós pesquisar apenas uma casa no distante bairro.
Andamos até o centro de Guarulhos e
paramos num quiosque perto da igreja da Matriz e ela pediu um coco e eu uma
cerveja bem gelada e assim embarcamos numa lotação que nos levaria até o bairro
e assim que entramos na lotação o coco da Carol caiu no assoalho da perua e
rolou até a frente do carro e a Carol não parava de rir e eu pedindo pra ela
ficar quietinha e nada.
Pesquisamos a casa e na volta paramos numa
padaria para lancharmos e a Carol não parava de rir pelo coco que tinha caído na
lotação.
O tempo foi passando e após alguns anos
mudei do bairro do Seródio para Vila Maria Alta e às vezes aparecia na casa da
minha tia Terezinha onde encontrava as minhas queridas sobrinhas Carol, Camila
e Kaique e eu ensinei os mesmos a jogar “TRUCO” e as partidas de baralho eram
divertidíssimas, pois o barulho era enorme: Truco! Seis só ladrões! E o jogo continuava
até quando nossa voz começava a sumir e as primeiras horas da manhã apareciam.
Era hora de guardar o baralho e despedir
com um: Boa noite tio dorme com Deus!
Muito obrigado Carol por fazer parte da
minha vida e termos momentos tão maravilhosos como aqueles que vivemos e que
não voltam mais. Meus agradecimentos à querida sobrinha Camila aos sobrinhos
Kaique e Fernandinho que tanto me roubaram no jogo de truco. Truco! rsrsrsrs