1 de out. de 2011

BELAS TARDES DE DOMINGO



        Nas maravilhosas tardes de domingo na casa da minha tia Nina acontecia um torneio maravilhoso de tênis de mesa (ping-pong) o qual todos nós jovens, ávidos em arranjar uma namoradinha, estávamos sempre dispostos a ser o melhor jogador para conquistar os aplausos das lindas meninas que por lá apareciam para apreciar nossas “maravilhosas” jogadas. Entre uma raquerada na bolinha e um olhar flertivo para as meninas sobrava tempo para saborear algum refresco e algum lanche.
       O grande “barato” era permanecer o maior espaço de tempo na mesa e ser aplaudido por todos. Não posso esconder que tinha algumas paqueras e estas meninas torciam muito pelas minhas pífias jogadas, realmente não era bom, apenas um pouquinho acima da linha da mediocridade. Bom mesmo era meu tio João e o Edson, meu primo, que não davam mole e faziam a gente suar em bicas para segurar grandes saques e lindos cortes.
       O clima era sensacional, repleto de alegria e muita gente bonita e jovem e o torneio preenchia nossas  tardes de domingo repletas de novidades da semana.
      Alguns domingos ensolarados garantiam nosso bronzeado e até passávamos protetor solar e usávamos algum chapéu para nos proteger do terrível calor. Mas...jamais reclamávamos, afinal era tudo festa e muita paquera. Quanto estava fora do jogo, o que era quase que constante, pedia gentilmente para alguma paquera acompanhar-me até meu quarto para mostrar algum livro e acabava “tascando” um delicioso beijo e imediatamente voltava para participar do jogo de ping-pong como se nada tivesse acontecido meio soado e o coração disparado,  com medo de ser descoberto e cair na boca dos participantes.  A sorte sempre andou ao meu lado, foram poucos beijos  e muitas páginas viradas da minha humilde biblioteca.  Algumas meninas pediam para namorar comigo e eu sempre dizia que precisava estudar, estudar e estudar e algumas até questionavam minha masculinidade, perguntando para minha tia Nina e para minhas primas Edna e Dulcinéia se eu era “bicha”, pederasta, etc.  Jamais deixei abalar pelos comentários das paqueras e procurava seguir minha vida de estudante apenas dando alguns beijos nas paqueras, mas jamais querendo um compromisso sério, namorar.
         O tempo passou e sinto muitas saudades daquelas tardes maravilhosas de domingos  inesquecíveis ao lado de pessoas que tanto amava. Obrigado tia Nina por nos  proporcionar aqueles lindos e inefáveis dias!