10 de abr. de 2012

EQUILÍBRIO


        Quase que diariamente vou ao supermercado quando retorno do serviço e na maioria das vezes convido minha netinha para acompanhar-me e ela prontamente enche o recinto de alegria e dá um maravilhoso grito: Oba! E imediatamente puxa-me pela mão dizendo: Vamos vovô, vamos vovô, não esquece a sacola!
         E lá vamos nós, nos divertindo com o passar dos carros, de uma carroça, de detalhes em placas, uma nova flor que nasceu, um transeunte aqui, outro acolá e eu fico imaginando como seria legal se eu tivesse a mesma idade da minha netinha e quando ela convidasse-me para equilibrar em pequenos pedaços de ferro que ficam na frente de um estacionamento, ficaríamos nos equilibrando e deixando o tempo passar, sem pressa com a vida. Mas não, ainda insisto para que os seus equilíbrios sejam um pouco mais rápidos e fico questionando-a quanto ao grau de alegria e felicidade existe em poder andar em cima de pedaços de ferro e ela ri e convida-me: Tenta vovô, tenta equilibrar-se, o senhor vai conseguir! E segura minhas mãos sorrindo para todos e lá vamos nós tentarmos equilibrar-se e olha que às vezes até que consigo andar alguns centímetros e quando caio ela desmancha-se em sorrisos e diz: tenta de novo vovô, o senhor vai conseguir!
         Hoje abandonei a pressa e ficamos alguns minutos tentando equilibrar-nos e em seguida fomos ao supermercado e enquanto estava na quilométrica fila do caixa fiquei imaginando o tanto quanto temos que nos equilibrar nesta vida, quantas tentativas, quantos tombos, mas jamais devemos desistir!
         Voltamos alegres e satisfeitos, pois de todas as quedas conseguimos chegar em casa sem escoriações e feliz, muito feliz com nossos tombos e equilíbrios da fugaz vida.