A missa acontecia no
último domingo de cada mês na pequena igreja do bairro do Ripiado em
Salesópolis, estado de São Paulo.
A simplicidade das poucas casas de pau a pique ao redor da
igreja era herança dos tropeiros que cortavam estreitos caminhos carregando
vários tipos de mercadorias em lombos de mulas para serem negociadas no litoral
paulista.
Neste dia todo o povoado aguardava ansiosamente a chegada do
padre que vinha a cavalo abrindo e fechando porteiras e quando o mesmo chegava
na vila todos reverenciavam desejando boas-vindas com muita alegria.
Aos poucos os cavalos iam sendo amarrados ao redor do grande
casarão e após a missa era servido café com vários biscoitos preparados por
senhoras moradoras na roça.
A igrejinha ficava no alto de um morro e as pessoas iam
chegando lentamente e cumprimentando-se e passados alguns minutos a missa
começava com o padre agradecendo a presença de todos e abrindo a bíblia pedia
silêncio e ficava a orar caladamente.
Algumas moças olhavam para o lado e para trás para poder
avistar algum moço de outras vilas e serem notadas para uma posterior paquera
após a missa.
A presença de um moço morador da capital paulista chamava
atenção da jovem Thereza Miranda da Silva que neste domingo tinha levado o
irmão Evaristo Miranda para poder assistir à missa e assim que o moço José da
Silva entrou na igreja e sentou-se ao lado daquela jovem e lá ficaram
entreolhando-se entre uma oração e outra o pequeno Evaristo queria sair do
banco para observar o padre mais de perto.
Terminada a missa a jovem deixou o garoto Evaristo em frente
a um altar com algumas velas na mão e disse que esperasse um pouco que iria
conversar com o jovem José da Silva e assim saiu para uma conversa e possíveis
paqueras entre os mesmos.
Passados alguns minutos a jovem Thereza voltou para dentro
da igrejinha para pegar o garoto Evaristo para irem beber o café com biscoitos
que já estavam sendo servidos no casarão e ficou muito surpresa quando
perguntou sobre as velas e soube que o garoto tinha comido todas as velas. A
jovem ficou um pouco zangada com o irmão e pediu para o mesmo limpar a boca e
lá seguiram para o delicioso café com biscoitos que estavam sendo servidos
entre animadas conversas entre os moradores da roça.
O padre após servir-se de alguns copos de café e comer
alguns biscoitos acenava pedindo muita paz para todos e ainda teve tempo de
ouvir a história das velas comidas pelo pequeno garoto.
Aos poucos todos iam desamarrando os cavalos e
cumprimentavam-se pois era chegada a hora de retornar para suas casas e
aguardar a próxima missa e assim a jovem Thereza seguia para casa segurando a
mão do garoto comedor de velas e assim que chegaram em casa os seus pais
perguntaram se tinha tudo corrido bem e ela dizia que tudo estava ótimo e ouviu
a garoto dizer: Os biscoitos estavam ótimos, mas gostei mesmo foi das velas!
Entre sorrisos ia deitar-se apaixonadamente pensando na próxima missa na roça e
reencontrar o querido namorado José da Silva.
Um comentário:
Puxa vida! Uma historia com o tio Evaristo, deu ate saudades. Puxa da memoria que vc tem momentos muiiito legais com ele. E estavamos ate juntos. rsrsr bjs.
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