O dia estava terminando e o Sol ia desaparecendo mansamente no horizonte atrás de grandes montanhas existentes em um distante bairro da querida cidade de Guarulhos.
Sentei-me em um tronco de madeira que estava embaixo de uma
frondosa árvore e fiquei a admirar aquele espetáculo maravilhoso da natureza
O Sol tinha desaparecido atrás das montanhas deixando meus
olhos um pouco embaraçados e resolvi conferir se todas as pesquisas estavam
feitas naquele bairro e notei que faltava apenas uma casa para ser pesquisada e
pelo mapa a casa ficava na rua paralela a que eu estava.
Desci a estreita viela e ao longe eu podia ouvir gritos e
risadas de crianças que pareciam muito felizes. Parei em frente da casa e
observei várias crianças correndo em todas as direções, bati palmas e logo fui
atendido por um grupo de crianças que perguntaram o que eu queria.
Esbocei um sorriso de boas-vindas e pedi para falar com o
dono da casa e imediatamente um garotinho gordinho abriu a tramela do portão
corroído pelo tempo, pegou minha mão e disse:
- Pode entrar moço para
participar do meu aniversário, meu nome é Francisco e o pessoal me chama de
Chiquinho e o nome do senhor como é?
Tentei explicar para o
garotinho que eu tinha ido fazer uma pesquisa naquela residência e ele não
entendeu absolutamente nada e levou-me até um banco de madeira posicionado ao
lado de uma pequena mesa totalmente enfeitada e pediu para eu sentar que ele
iria chamar o papai.
O tempo foi passando e eu lá aguardando o proprietário da
residência aparecer e todos que passavam cumprimentavam-me alegremente
e foi quando apareceu uma garota com uma bandeja lotada de deliciosos
salgadinhos e vários copos de refrigerantes e ofereceu educadamente os salgadinhos tentei recusar mas a fome era maior e aceitei alguns salgadinhos e um copo de
refrigerante.
Passados alguns minutos apareceu uma senhora muito gorda e
depositou delicadamente um enorme bolo de chocolate em cima da enfeitada
mesinha e advertiu a garotada que não era para “beliscar”” e nem furar o bolo com
os dedinhos inquietos até a hora que o mesmo fosse servido e ainda pediu
educadamente para eu ficar vigiando a criançada para que o bolo não fosse
mexido.
Sem entender nada do ocorrido fiquei a admirar a alegria
contagiante das crianças correndo por todos os cantos da casa entre gritos
estridentes, bexigas estouradas e sorrisos altos.
Algumas senhoras começaram a chamar todas as crianças
existentes na casa e posicioná-las ao redor da mesa, a luz foi apagada e
começaram a cantar o “Parabéns” entre alguns cliques de uma máquina
fotográfica. Fui servido com uma generosa fatia de bolo e após os ânimos
estarem um pouco menos acirrados fui perguntar pelo proprietário da casa que
sorridente disse:
- Pois é senhor, este
nome que o senhor está procurando não mora nesta casa e sim ao lado, come mais
um pedaço de bolo!
Desejei um Feliz Aniversário para o Chiquinho e lá fui eu
para a casa vizinha fazer minha pesquisa.
Um comentário:
Se todos que batessem á porta fossem tratados assim, teriamos mais trabalhadores de porta em porta...E ainda teriamos os evangelicos,os vigias noturnos ( rsrsr) etc. muiiito legal!
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