Umas das
lembranças mais agradáveis que tenho até hoje são as lamparinas que iluminavam
nossa pequena casa num sítio sem energia elétrica.
A pequena casa onde morávamos era
desprovida de todo conforto existente atualmente, não existia energia elétrica,
não existia água encanada.
Assim que chegamos naquele sítio
localizado num bairro em formação fomos a uma venda comprar as lamparinas que
iriam iluminar nossas encantadoras noites de longas histórias contadas por
papai, pois a inexistência da televisão era motivo para nossa união deitados ao
lado de papai que usava e abusava de onomatopeias para ilustrar as lindas
lendas de outrora.
As lamparinas eram abastecidas por
querosene que assim que o sol escondia-se atrás dos morros eram acesas e
colocadas sobre uma pequena prateleira e lá ficava a iluminar todo o pequeno
cômodo.
O jantar era servido numa pequena mesa e o
cheiro de querosene podia ser sentido em todos os cantos da casa.
Assim que terminávamos de jantar
sentávamos num velho sofá e sob a claridade da lamparina que ora iluminava
muito bem o ambiente e em outros momentos parecia que iria apagar nosso pai
começava a contar os “causos” de outrora que escutávamos com muita atenção e
alegria e ficávamos muito ansiosos pelo final da história.
Quantas vezes durante as narrativas de
papai eu fixava o olhar no pequeno fogo da lamparina e ficava viajando nos
castelos medievais das incríveis histórias entre os grilos e sapos que
coachavam do lado de fora do sítio.
O tempo foi passando e as lamparinas foram
sendo apagadas, mas continuam acesas até hoje nos nossos corações, assim com as
belas histórias ouvidas de papai.
Um comentário:
Esta lembrança não me fugiu ...lembro-me que o pai fazia de vidro pequenos e ainda fazia braçadeiras pra serem penduradas no alto da parede em cada comodo. acho que...Ermelindo. bom desta vez lembrei ...brigadoooooooooo. te amo.
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