Dos poucos e
raros amigos que tive ao longo da minha vida ainda guardo nos porões dos meus
carcomidos neurônios com muito carinho um amigo chamado Natalino e que
chamávamos carinhosamente de Natal.
Quando nos conhecemos a grande atração e
minha felicidade em estar com este amigo era a sua simplicidade e os sublimes
neologismos que somente ele era capaz de criar e provocar altos e significantes
sorrisos para o mundo, expressões estas que marcaram uma geração e que
constantemente usávamos no nosso cotidiano.
E lá estávamos nós conversando sobre as
viagens jamais realizadas e o querido amigo Natal sempre quieto no seu canto
prestando atenção a conversa e assim que terminávamos os nossos planos para uma
fictícia viagem ele esboçava um sorriso de felicidade e alegria e dizia: Chuí!
E sempre nós incluíamos o querido amigo
Natal nas nossas viagens e foi assim que embarcamos para Santos, eu e o querido
amigo Natal, pois resolvi alistar-me na Marinha e lá fomos nós sob um calor
muito intenso pegarmos o ônibus para Santos.
Na minha mochila coloquei um livrinho de
palavra cruzada, uma velha bermuda, um chinelo e uma camiseta regata e lá
estava o Natal todo feliz dentro de um pesado casaco de lã e foi quando eu
disse:
- Mas Natal,
nós vamos para a praia e não há necessidade de você levar este pesado casaco de
lã! E ele sorrindo dizia: É, mas pode esfriar e aí estou preparado!
Chegando em Santos, alistei-me na Marinha
e seguimos direto para a praia para podermos tomar um banho de mar e assim que
chegamos na praia o Natal sentou-se num banco e ficou observando o mar e eu
constantemente convidando-o para entrar na água e ele dizia:
- Não posso,
pois o zíper da minha calça quebrou e sendo assim tenho que ficar sentado e
ainda bem que trouxe este casaco para proteger-me.
E lá estava eu a entrar e sair do mar e lá
estava o Natal sentado no banco suando muito e foi que num determinado momento
não suportei ver meu querido amigo sofrer tanto e sentei-me ao seu lado e
disse:
- Querido
amigo, aqui é a praia e ninguém jamais irá reparar no zíper da sua calça e por
falar nisto, tira logo esta calça e entra na água!
Um pouco contrariado e muito envergonhado
o querido amigo Natal entrou no Mar com calça e tudo e lá ficamos morrendo de
rir do tal do zíper quebrado e da situação do momento.
Após tomarmos nosso banho no mar ainda
tivemos que ficar alguns minutos sob o sol para a calça do Natal secar e
voltarmos para São Paulo muito feliz e rindo muito da situação.O zíper! rsrsrsrs.
Um comentário:
Uma lembrança muito querida... Natal....
Fato que era muito engraçado tbm. gostavamos muito dele, que esteja com Deus cuidando de nós aqui. Bjs Luiz. te amo.
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