Hoje olhando para o teclado do computador
fico maravilhado com as mudanças ocorridas nos últimos... ”me deixa eu pensar”
trinta anos, é exatamente por ai. Lá pela década de 70 lembro-me que quando completávamos treze anos
nossos pais começavam a procurar uma escola de
datilografia, que geralmente localizava-se nos bairros em que morávamos.
Naquela época todos os bairros tinham uma escolinha de datilografia, onde
recebiam os alunos carinhosamente para o aprendizado que eles levariam para uma
vida inteira.
Comigo não
foi diferente, logo aos treze anos minha mãe conseguiu matricular-me numa
escola de datilografia que ficava no bairro onde morávamos. Era uma escola
muito singela, com umas três máquinas Remington em cima de algumas mesinhas
carcomidas pelo tempo, algumas folhas de papel sulfite e um professor magrelo
com umas folhas amareladas que rapidamente colocou-as ao lado da máquina e
passou a dar-me as primeiras instruções: colocar a folha na máquina, fazer as
primeiras tabulações e orientar-me quando as duras teclas que deveriam ser
apertadas seqüencialmente imprimindo a mesma força para todos os dedos.
Meio
atrapalhado e sempre observando a habilidade do professor magrelo, ficava
imaginando onde alguém poderia aproveitar um datilógrafo medíocre como eu.
Mas eu não
esmorecia e todo o dia lá estava eu, suando em bicas a apertar as duras teclas da velha máquina de
escrever Remington, até que num determinado dia disseram que eu já estava
preparado para ser um datilógrafo. Ri muito e não acreditei, cheguei com meu diplominha e coloquei na
gaveta do guarda-roupa e fiquei pacientemente aguardando uma oportunidade de
mostrar toda a minha habilidade de datilógrafo que tinha aprendido com o
professor “caveirinha”.
Não demorou muito e comecei a trabalhar numa
Cia. De seguros e aí toda a minha habilidade fora demonstrada com grande
habilidade e muitas folhas caídas pelo chão, até tornar-me um exímio datilógrafo
e desafiar algumas empresas em querer trabalhar por produção.
Mas isto aconteceu faz muito tempo e muitos
jovens de hoje jamais têm a noção o que é uma máquina de escrever e não sabem
nem de longe o que é ser datilógrafo e ter que agüentar o professor nas quentes
tardes de verão, sem ventilador... Ufa, como adoro nossos dias.....mas sinto
saudades da antiga e amiga máquina de
escrever Remington, que virou peça de
museu, assim como eu estou virando! rsrsrsrsr
Um comentário:
Pois é a bendita aula de datilografia e seus atributos, vc nois faz entrar em verdadeiro tunel do tempo e assim sentir felicidade de ter vivido momentos unicos. te amo mano.
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