A Felicidade
às vezes resume-se em alguns minutos que marcam tanto nossa memória que jamais
esquecemos. Eu era garoto, tinha 15 anos de idade, trabalhava como office-boy
numa Companhia de Seguros no centro de São Paulo e nos finais de semana adorava
ir a um clube na Mooca, chamado Centro Educacional da Mooca. Lá a diversão era
garantida pelo complexo de três enormes piscinas que proporcionavam a alegria
de tantos garotos e garotas dos bairros da periferia.
Aos sábados, levantava-me bem cedinho,
tomava um demorado banho, alimentava-me com deliciosas rabanadas preparadas por
mamãe, colocava meu short jeans, camiseta regata, chinelo havaiana e seguia
assobiando até o ponto de ônibus mais próximo de casa.
O
Sol enchendo o dia de alegria penetrava pelas janelas do coletivo dando sinais
que o dia seria maravilhoso. Descia na Av. Radial Leste, passava na banca de
jornal e comprava uma revista chamada “POP” e o jornal O Pasquim e seguia
alegremente até o clube da Mooca.
O bom dia ao porteiro era espontâneo e
carregado de “Muito Obrigado por existir aquele clube maravilhoso”.
Sentava-me nas macias e confortáveis
poltronas de uma enorme sala de descanso, folheava a revista POP e encantava-me
com fotos de praias maravilhosas, lugares encantadores e hippies andando pelo
Mundo. Viajava nas páginas e ficava imaginando a alegria daqueles fotógrafos,
jornalistas em fazer uma viagem tão linda.
O tempo ia passando e as pessoas iam
vagarosamente chegando ao clube, porque sábado era e ainda é um dia propício
para dar espaço para a alma e fazer tudo com mais calma.
Às vezes quando estava lendo um artigo da
revista ou do Jornal, ficava tão compenetrado que esquecia que estava num clube
e só ouvia os cantos dos pássaros saudando o dia maravilhoso.
De tanto freqüentar o clube, consegui uma
namoradinha chamada Rebeca, a mesma morava na periferia e freqüentava o clube assiduamente
todos os finais de semana.
A beleza de Rebeca era indescritível, era
morena, cabelos longos, olhos verdes e adorava ler; a leitura foi um bom começo
para o inicio do nosso singelo relacionamento.
Sempre que Rebeca chegava ao clube, entrava
sorrateiramente e sentava-se ao meu lado, às vezes nem percebia a presença da
garota, mas o perfume que ela usava invadia meu olfato e denunciava sua
presença e ela dizia calmamente:
- Nossa, este artigo que você está lendo deve
ser muito bom, pois nem percebeu minha presença!
Um pouco
envergonhado, levantava-me e dava um carinhoso beijo na sua face e pedia mil
desculpas pela distração. Ela sorria, abraçava-me e íamos tomar um delicioso
café na cantina do clube.
Lá pelas 10 horas entrávamos na piscina
e ficávamos apreciando o que existia de mais encantador: O Sábado, a piscina e
o lindo sorriso da minha querida namoradinha chamada Rebeca.
2 comentários:
Tbm. essa foi a namorada mais linda e rapida que passou em sua vida rsrsrs, que eu me lembre...
Tio, você me encanta com suas palavras: "...sábado era e ainda é um dia propicio para dar espaço para a alma e fazer tudo com mais calma." Seus textos são excelentes e melhor ainda, são verdadeiros! Tenho muito orgulho de ter um tio e amigo como você! Você me inspira a querer viver um dia de cada vez, a aproveitar todos os momentos e me entregar a felicidade que existe em cada acontecimento, em cada pessoa que cruza a nossa vida, em cada oportunidade conquistada. Eu te amo muito!!!!!
Essa história me fez lembrar da minha infância, quando acordávamos todas bem cedo (eu, minha mãe, a Pat e a Mila) e íamos andando ao clube Thomaz Mazzoni para passar o dia na piscina. Que alegria ficávamos quando minha mãe nos acordava dizendo que estava sol e que passaríamos o dia no clube! Minha mãe é maravilhosa! Vocês são lindos! Agradeço a DEUS todos os dias por ele ter colocado pessoas tão especiais em minha vida, como você e minha mãe Suely!
Um beijão!!!!
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