12 de jul. de 2011

TIO AGOSTINHO


Toda criança gostaria de ter um tio como o tio Agostinho. Desde criança, quando tio Agostinho nos visitava nossa casa transformava-se numa grande festa, tamanho era o carinho que tínhamos por ele.
         Alegre, brincalhão, sempre de bem com a vida, participativo e adorava todas as crianças, nós amávamos tio Agostinho, principalmente quando ele nos protegia das  surras de vara de marmelo que mamãe sempre aplicava na gente. Mamãe pedia para ele sair da frente e ele não saia e levava várias varadas de marmelo por nós e ria alto, zombando com tudo e com todos. Que maravilha aquele momento! Nós crianças adorávamos aquele momento que sempre terminava com um comentário de mamãe dizendo: Você acaba “estragando” meu castigo e ele sempre respondia: Ah, Thereza! deixa pra lá eles ainda são crianças! Quando eu for embora você pode aplicar a surra, agora não. Faz um cafezinho pra gente comemorar a surra frustrada! Mamãe caia na gargalhada e ia preparar o tal do cafezinho.  Nós olhávamos com tanta admiração para tio Agostinho e gostaríamos que ele ficasse morando conosco  eternamente, mas tio Agostinho era caminhoneiro e após várias brincadeiras, contar várias piadas e risos ecoados pela casa beijava-nos e dirigia-se a boleia do caminhão para pegar a estrada sem destino, levando apenas a solidão e nossos gritos e risadas na sua mente pela longa estrada.
         Nós fomos crescendo e nossa admiração por tio Agostinho acompanhava nosso crescimento, passamos da fase de criança para adolescente e alguns momentos na minha vida são inesquecíveis e os levarei comigo e contarei a todos onde estiver com um orgulho danado.
         Nunca tinha ido ao cinema e quando completei doze anos tio Agostinho prometeu que iria levar-me ao cinema, fiquei eufórico e lá fomos nós assistir meu primeiro filme chamado “De caniço e Samburá” com Jerry Lewis no cine Júpiter no bairro da Penha, em São Paulo. Saí do cinema encantado, vocês não imaginam quanta alegria invadiu minha alma naquele dia.
          Minha primeira bicicleta foi um presente por ter passado de ano na escola, lembro-me perfeitamente que eu estava jogando bolinha de gude com alguns moleques na rua, no bairro Cidade A.E. Carvalho, em São Paulo e lá aparece tio Agostinho com uma linda bicicleta preta, aro 28. Não me contive de felicidade, joguei todas as bolinhas pro alto, dei um apertado abraço no tio e saí pedalando por baixo do quadro, pois eu não conseguia atravessar as raquíticas pernas por cima do quadro.
        Pedi para fazer uma viagem para qualquer lugar em um imponente caminhão ao qual ele estava dirigindo e saímos de São Paulo à Belo Horizonte, comemos um frango assado por lá, fizemos algumas paradas e nos divertimos muitíssimo, com a paisagem, a estrada e o clima da viagem.
         Foram várias passagens e histórias ao lado do tio Agostinho, pois se fosse contá-las ficaria muitas horas descrevendo tanto carinho e alegria em estar ao seu lado.
        Valeu a pena passar por esta vida, ser criança, adolescente e ter um tio tão maravilhoso como tio Agostinho. Obrigado tio Agostinho. De coração!

3 comentários:

andre_vinigarcia disse...

Em meus pensamentos imagino como deveria ser esse seu tio Agostinho,gostaria de ter um tio tão belo como esse

andré 6°a escola EE PROFESSOR JOAO CRUZ

Suely disse...

Pois é! vivi esse amor por nosso tio tambem e lembro do seu sorriso como se fosse ontem. pena que o tempo nos faz distanciarmos das pessoas que amavamos....ou amamos....não sei dizer. mais esse sentimento de amor eu compartilhei ate a pouco tempo. antes das cças dele crescerem, ou a mãe morrer. sei la me deu uma tristeza .. bjs vou dormir e quem sabe sonhar com esses tempos vividos.

Anônimo disse...

POIS E lUIZ VC LEMBRA QUAL FOI O FILME K O TIO NOS LEVOU...EU LEMBRO ESSA SUA COVIVENCIA COM O TIO EU TBEM PARTICIPEsaudadeI... COMO VC DISSE VALEU A PENA PASSAR POR ESTA VIDA,SER CRIANÇA,ADOLESCENTE E TER UM TIO TÃO MARAVILHOSO COMO O TIO Agostinho...nau são tds k tem um tio assim...fomos ficando um pouco distante depois k a mae faleceu,...dizia ele k qnd chegava aki em casa a saudade batia forte do irmão Ze e da tereza,+ mesmo assim nunca deixamos de nos comunicar,as vezes ligava cedinho pra mim pra reclamar do pe inchado e logo passava para a Paula,pois tinha k cuida do seu cachorrinho...levarei sempre comigo sua lembrança...saudade