21 de mar. de 2013

A PRÓXIMA HISTÓRIA



          A existência, o amor, a simplicidade, o caráter de uma pessoa não se compra num supermercado da vida....Adquire-se ao longo de uma existência de uma família como a do senhor José da Silva e da dona Thereza Miranda da Silva que foram meus genitores e tanto sacrificaram para criar tantos filhos que hoje são pessoas do bem...cito-os: Sônia Regina da Silva, Suely Regina da Silva, Silvia Regina da Silva, Selma Regina da Silva......nossa...quanta Regina!...e  o meu querido irmão Robson Rogério da Silva.
      Tanto sacrifício, tanta luta e tudo foi maravilhoso!....Quantas necessidades passamos, mas sempre ao lado de pessoas que tanto amamos...Partimos...ainda não sei para onde....mas dá uma saudade imensa dos meus pais...assim como eu estou partindo....também não sei pra onde....mas legal...segundo diz o pessoal do “espiritismo” carregamos todos os nossos conhecimento deste “mundinho”...gostaria de receber o porteiro do “Novo Mundo” e dizer: Pois é amigo...lá na terra ajudei e trabalhei muito tempo numa indústria bélica  e depois fui parar numa Indústria de Remédios de Guarulhos em São Paulo e depois pra ajudar mais e mais minha vida acabei prestando um concurso e fui atender a todos os doentes de Jacareí...até o dia em que tive um Aneurisma Vascular Cerebral (AVC) na minha humilde mesinha de recepção...Morri!...Aqui estou eu...What can I do? O porteiro olha e olha minha ficha e diz: Pois Senhor Luiz Carlos da Silva...aguarde pacientemente ao lado pois não posso resolver o seu caso,irei consultar o chefe...e lá fico eu lendo meu livro....o único livro que consegui escrever na Terra...Todos os mortais entraram e o porteiro me chamou e disse: Sr. Luiz é sua vez...não vai entrar?.....e eu disse: Não obrigado...esqueci-me de  ler a última história...chama o próximo..Morri! rsrsrsrs

9 de mar. de 2013

VÓ MARIA - A PARTEIRA



      Uns dos momentos mais sublimes na vida do ser humano é quando ele nasce. Seria maravilhoso se pudéssemos lembrar-nos de todos os detalhes do nosso nascimento.

      Apenas ouvimos alguns comentários do dia do nosso nascimento, detalhes narrados com muita emoção, mas sempre muito superficial perante tão nobre dia.

      Não me lembro dos olhos lacrimejados de papai, do sorriso angelical de mamãe e aquele abraço cheio de carinho da minha avó, da minha tia.

      Entre as primeiras palmadas nas nádegas, o primeiro choro e o primeiro abrir de olhos ao lado de tantas emoções esparramadas naquele quarto estava a minha querida avó Maria que era parteira e foi ela que me colocou no Mundo.

      Uma época em que existia parteiras e sempre que alguma gestante iria dar “a luz” a mesma era convocada e apressadamente vestia-se, colocava um patuá no pescoço e saia embaixo de chuva para dar vida a mais uma criancinha.

      Naquela época uma parteira era muito valorizada e sem nenhuma aula em grandes Universidades prestava os seus serviços com muita competência e praticidade para toda a comunidade sem nenhuma remuneração, o que existia era muito carinho, muito amor, solidariedade e bastante fé.

      Assim que chegava à casa da futura mamãe pedia que colocassem uma chaleira com água no fogão à lenha e ficava ao lado da mamãe esperando o momento certo ao lado de evolutivas contrações.

      O momento era de muita apreensão e ansiedade, mas todos confiavam no maravilhoso trabalho da querida avó Maria que já tinha feito vários partos no sertão, quando não existia energia elétrica e muito menos algum hospital ou médico de plantão.

      O parto já tinha começado e após alguns minutos o bebe já tinha nascido entre alguns soluços e abraços emocionados sob a fraca luz de uma lamparina.

      Vó Maria entregava carinhosamente o bebe a mamãe e saia vagarosamente do quarto entre abraços de todos e alguns beijos e ia sentar-se num banquinho de madeira que ficava do lado de fora da casa. Acendia seu cachimbo e ficava sorrindo entre uma cachimbada e outra e sentia-se muito feliz em ter dado vida a mais um anjinho.